Resineiro
No dia 5 de Setembro fomos conhecer o Sr. Arménio, de Alcaravela, Sardoal, um dos últimos resineiros, apesar de já não praticar a actividade.
Antigamente o Sr. Arménio sangrava cerca de mil pinheiros por dia. Acordava muito cedo e ia para o pinhal acompanhado pelo irmão. Iam munidos de alguns instrumentos para iniciar o processo de tirar a resina de um pinheiro.
Naquele dia, e para as crianças ficarem a saber o processo, fez tudo de uma vez. Mas na realidade primeiro sangravam o pinheiro e colocavam ácido, para que a casaca "abrisse" e a resina pudesse sair. Depois colocavam os caneco, ainda de barro e só depois iam colher a resina.
Só os pinheiros com mais de 32 cm de diâmetro podiam ser usado, ou havia logo multas.
Primeiro preparavam o pinheiro raspando a superfície; depois com o ferro "feriam" o pinheiro e colocavam ácido (que naquele dia foi com água), para que o pinheiro fosse obrigado a "chorar". Pregavam um prego para segurar o caneco. Após alguns dias, iam e colhiam os canecos com a resina. Podiam ir fazendo ao longo do tronco, mas só até certa altura.
As crianças quiseram logo experimentar. Claro que algumas foi com dificuldade, pois é preciso usar alguma força e saber as posições correctas.
Algumas disseram que gostavam quando crescessem de ter pinheiros para serem resineiros... Esta é uma arte que tem vindo a desaparecer, está também quase extinta.
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