Lojas de antigamente
No dia 20 de Janeiro tivemos a visita do Sr. Arnaldo Cardoso, da loja Cardoso & Falcão, uma das poucas lojas ainda resistentes aos avanços da modernidade, já conta com 60 anos de existência.
Mostrou à turma C do 1º Ciclo de Sardoal acompanhados pela professora Margarida, como eram os utensílios de uma loja, trouxe uma balança antiga, ainda daquelas que funcionam a pesos; trouxe também os pesos e explicou que para nós sabermos quanto pesava um pacote de açúcar, tinham de ser colocados no prato oposto pesos até a balança ficar equilibrada. Esses pesos eram anualmente verificados pelo aferidor, eram de forma cilíndrica e hexagonal.
Muito antes dos sacos de plástico as embalagens eram feitas com folhas de papel enroladas em forma de cone. Serviam para quase tudo, açúcar, café, arroz, cereais; depois havia vários tipos de papel consoante o material a ser embalado; por exemplo a manteiga e o queijo era embalado em papel pardo envolto em papel manteiga. Sim, porque os produtos vinham todos em grandes quantidades e só na loja eram divididos em doses consoante a vontade do freguês, eram vendidos a avulso.
As medidas eram feitas de folha de flandres, algumas chegaram a ser feitas aqui no Sardoal; umas para o azeite, outras para cereais.
Trouxe uma antiga faca de cortar o bacalhau, cujo cabo era feito de chifre de boi. Também do mesmo material eram os pentes da altura.
E os tecidos? Vendidos a metro, cortados com tesouras de ponta redonda, que os caixeiros traziam no bolso da bata, do tapa-pó como se chamava, assim não se magoavam. E para medir os tecidos? Pois claro, trouxe um metro de madeira e outro mais moderno de acrílico. Também mostrou outros que se encaixavam de forma a ficaram pequenos, fitas métricas e uma mais pequena para medir o tamanho do pé, do outro lado mostrava o número do calçado correspondente. As crianças acharam muita piada esta fita.
Para exporem as coisas aos clientes tinham mostruários bem engraçados para os lenços, gravatas e para luvas e meias.
Esta loja vendia de tudo, mesmo vidro vindo da Marinha Grande, artigos de cerâmica do Alentejo, recebia um pouco de todo o país.
Agora continua a ser uma loja tradicional, uma espécie de mini centro comercial, onde encontramos de tudo, noutros tempos eram muito mais procurado, pois a oferta era muito menor e estas lojas vendiam um pouco de tudo.