No dia 23 de Setembro, dia em que começa o outono, o Centro de Dia de Alcaravela veio até à Biblioteca para a Hora do Conto.
Ouviram a história A Feiticeira do Parque, de Marlène Jobert.
A história fala-nos de uma senhora de cabelo verde e despenteado que durante os seus sonos debaixo de uma árvore num parque em Paris, faz feitiços sem saber. Certo dia, estava a tal Feiticeira do Parque a dormir uma sesta quando inspira as pintinhas pretas de uma joaninha, deixando-a despida e cheia de vergonha. O Marco, um rapaz normal, alegre e brincalhão, vai apanhar a bola perto da senhora, quando recebe umas pintas negras no nariz. Tinha recebido um feitiço! Mas de quem eram as pintas? E como tirá-las?
É uma história divertida e animada.
Depois, conversámos sobre muitas coisas.
Quando eram mais jovens por esta altura iam apanhar feixes de lenha para terem reservas quando os dias frios chegassem. Também apanhavam pinhas.
Em Setembro apanhavam figos para fazerem a passas e aguardente; só depois do Dia de todos os Santos é que se começavam com a lida de azeitona.
No final do mês de Outubro vinham à feira ao Sardoal, a 28; uns vendiam os porcos, o cordel para levar o porco; cabritos, outros compravam aquilo que precisavam. Naquela altura não havia a facilidade de hoje, as lojas não abundavam.
Uma das senhoras fazia muitas calças, coletes, forrava chapéus; levava 25 tostões pelo feitio de umas calças.
No dia de Santos iam pedir os bolinhos. Era o dia todo. Recebiam passas, broas, tremoços e algumas vezes, umas moedas.
A vida era bem diferente.
Um dos senhores contou a grande diferença da sua horta em 30 anos: tinha um poço que no início tirava água com à picota; depois com a mula; depois comprou um motor a petróleo; depois eléctrico e por fim fez um furo e assim ficou.
E nos próximos 30 anos, como será?São actividades de dar e receber. Aprende-se muito com estas pessoas.