Afinal de onde vem a imagem do Pai Natal?
Vamos tentar responder à sua origem...ou as origens da figura do Pai Natal, que nesta altura do ano é tão vista e usada para simbolizar o Natal.
Tentaremos ao longos destes dias, explicar a origem de alguns símbolos do Natal.
A origem é mais uma vez pagã, como a romana Befana e a germânica Berchta e Knecht Ruprecht. Estas personagens davam presentes às crianças.
São Nicolau: Dizia-se que S. Nicolau andava pelo céu num cavalo, vestido de bispo e acompanhado por Black Peter (Pedro Mau), que castigava e chicoteava as crianças más ou traquinas.
Mas São Nicolau terá realmente existido, terá sido Bispo de Mira, em Dembre, na actual Turquia, Nasceu em Lycia, no sudoeste da Ásia Menor, entre o século III e IV. Os relatos apontam os anos 270 (século III) ou 350 (século IV).
As lendas e histórias que se associam à vida deste homem são muitas, mas todas se prendem com a sua bondade e protecção dos mais desprotegidos. Assim, há uma lenda que diz que Nicolau ressuscitou três crianças, convertendo-as em fiéis dedicados e seguidores. Outra ainda refere que o pai de Nicolau era senhor de grande fortuna, que lhe deixou em herança, na altura da sua morte. Assim o santo pode continuar a ajudar as pessoas. Conta a lenda que Nicolau ajudou uma família sua vizinha que vivia tempos de necessidade. Quando uma das filhas resolveu casar, o seu pai sem dinheiro chorava o dia inteiro pois não tinha meios para dar um casamento digno à sua filha. Assim São Nicolau encheu uma bolsa de moedas de ouro e, de noite, sem ser visto, depositou-a na janela do vizinho. A jovem casou com um belo dote e ficaram todos felizes. Um pouco mais tarde a história repetiu-se a com a segunda filha do vizinho. Mas, desconfiado, o vizinho de Nicolau, quando se preparava para casar a terceira filha, escondeu-se durante a noite, próximo da dita janela e descobriu o seu protector. Espalhou-se a notícia aos pobres e crianças.
Mas esta lenda apresenta outra versão que diz que São Nicolau salvou três jovens da prostituição, filhas de um homem pobre. Encheu uma bolsa de ouro e atirou-a pela janela da casa vizinha, acabando com os problemas económicos da família e dando a cada jovem a possibilidade de casar dignamente, com um dote apropriado.
Assim, com o passar dos anos e com as ajudas que dava a todos os que o rodeavam, principalmente crianças sem protecção e abandonadas, São Nicolau ficou para a história como um homem bom e generoso. Nuns locais dizia-se que se deslocava num trenó puxado por oito renas, noutros a figura do velhinho de longas barbas brancas aparecia num burrinho, trazendo um saco cheio de presentes. Mais tarde a lenda e as palavras do povo acreditavam que este santo homem descia pelas chaminés das casas, de noite, para deixar os seus presentes, nas meias e sapatinhos das crianças (principalmente na Suécia e Nortuega). A sua figura viveu até aos nossos dias, por diversas razões, como o Pai Natal, símbolo de dádiva, amor e fraternidade, que também caracteriza o Natal Cristão.
Originalmente a festa dedicada a S. Nicolau era celebrada a 6 de Dezembro, tendo passado para o dia 25 de Dezembro, após a Reforma cristã.
Devido à falta de documentação sobre o santo, o Papa Paulo VI ordenou em 1969, que a festa de São Nicolau fosse retirada do calendário Católico Romano.
A versão americana da figura do Pai Natal recebeu inspiração e nome da lenda holandesa Sinterklaas, trazida para Nova Iorque pelos colonos no séc. XVII. Por volta de 1773, apareceu na imprensa americana o nome St. Claus, mas foi com o escritor Washington Irving que deu aos americanos, os primeiros detalhes da versão holandesa de São Nicolau.
Na sua História de Nova Iorque, publicada em 1809 sob o pseudónimo Dietrich Knicherbocker, Irving descreveu a chegada do santo a cavalo, na véspera de São Nicolau.
Este Saint Nick americano-holandês alcançou o auge da sua forma americanizada em 1823, no poema Uma Visita de São Nicolau, mais conhecido por A Noite antes do Natal, do escritor Clement Clarke Moore. Este incluiu detalhes como os nomes das renas, o riso do Pai Natal, acenos de cabeça, piscar de olhos e até forma como sobe e desce pela chaminé.
A imagem americana do Pai Natal foi também elaborada pelo ilustrador Thomas Nast , que desenhou um redondo Pai Natal para as edições da Revista Harper entre 1860 e 1880. À história, Nast acrescentou detalhadamente a oficina onde se faziam os brinquedos no Pólo Norte e a lista de crianças boas e más de todo o mundo.
Em 1931, foram feitas várias representações para a a Coca-Cola, colocando de parte a versão de Moore que o colocava como elfo. Nesta época, já só os trabalhadores da oficina de brinquedos eram elfos, Rudolfo, a nona rena de nariz vermelho e brilhante, surgiu apenas em 1939 através da publicidade da empresa Montgomery Ward.
Independentemente das várias vertentes da origem do Pai Natal, nós andamos a desvirtuar a ideia base, a era do consumismo veio alterar completamente.
Este Natal vamos oferecer presentes sim, pode ser uma simples caixa de bombons, um bolo feito por nós ou um simples cartão, algo pessoal e sincero.