No dia 10 de Fevereiro os utentes do Centro de Dia vieram ao Espaço Internet escrever poemas de amor.
Tinham dois poemas de escritores conhecidos para copiarem, as senhoras preferiram o de Almeida Garrett, "Olhos Negros"; já os senhores preferiram o de Florbela Espanca "Amar".
O Sr. Augusto como sempre, preferiu escrever coisas dele e nós achamos muito bem, até porque consegue manusear o computador sozinho.
OLHOS NEGROS
POR TEUS OLHOS NEGROS, NEGROS
TRAGO EU NEGRO O CORAÇÃO
DE TANTO PEDIR-LHE AMORES…
E ELES A DIZER QUE NÃO.
E MAIS NÃO QUERO OUTROS OLHOS,
NEGRO S, NEGROS COMO SÃO,
QUE OS AZUIS DÃO MUITA ESPERANÇA
MAS FIAR-ME NELES, NÃO.
SÓ NEGROS NEGROS OS QUERO
QUE, EM LHES CHEGANDO A PAIXÃO,
SE UM DIA DISSEREM SIM…
NUNCA MAIS DIZEM QUE NÃO.
LUDOVINA DE JESUS
CIMO DOS RIBEIROS, ALCARAVELA
89 ANOS
IDALINA DE JESUS
ENTREVINHAS
86 ANOS
Olhos negros
Por teus olhos negros, negros
Trago eu negro o coração,
De tanto pedir-lhe amores…
E eles a dizer que não.
E mais não quero outros olhos,
Negros, negros como são,
Que os azuis dão muita esperança
Mas fiar-me eu neles, não.
Só negros, negros os quero,
Que, em lhes chegando a paixão,
Se um dia disserem sim…
Nunca mais dizem que não.
Maria da Conceição Marques
79 anos
Cerro do Outeiro, Mação
Luísa do Rosário
87 anos
Mouriscas
Amar!!!
Eu quero amar, amar perdidamente!
Amar só por amar: aqui… além...
Mais Este e Aquele, o Outro e toda a gente…
Amare! Amar! E não amar ninguém!
Gregório
Augusto Serras
Amar!!!
Recordar? Esquecer? Indiferente !...
Prender ou desprender? É mal? É bem?
Quem disser que se pode amar alguém
Durante a vida inteira é porque mente!
Manuel André
Era o amparo de mãe amava como
Ninguém um dos seus maiores amores
Era um rapaz muito honrado sentinela
Nos açores o seu lindo fardamento
Bonito todo cinzento que lhe ficava
Tão bem abraçado e a sorrir tira antes
De partir o retrato amais a mãe a pátria
Foi defender com grande saudade em
Quanto estivesse ausente passa dois
Anos ao lar volta pra mãe abraçar a
Transbordar de alegria quando as
Vizinhas à porta lhe dizem a mãe está
Morta sepultada de à três dias louco mal. Tirou o fato foi se abraçar ao retrato ao Cemitério dalém mas no silêncio finério procurou no cemitério a
Campa da sua mãe o cachão desenterrou e chorar se abraçou ao corpo da mãe gelado não chore mãezinha sorri não chore que esta junto a si o seu filhinho adorado esteve até de madrugada a chamar pela mãe amada e ao fim calou-se também o que triste caso aquele de manhã deram com ele morto abraçado à mãe.
Augusto Serras
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