segunda-feira, 28 de março de 2011

Centro de Dia de Alcaravela

No dia 23 de Março os utentes do Centro de Dia de Alcaravela vieram ao Espaço Internet.
Desta vez vieram escrever quadras alusivas à Primavera.

É bom relembrar que a maioria não sabe ler nem escrever, alguns reconhecem as letras e uma das senhoras tem 92 anos de idade! A excepção do Sr. Augusto Serras que escreve sozinho.


Na primavera há flores,

E semeamos mimos na horta.

Semeamos com todo o gosto

Quer a terra ‘teja direita ou torta.

 
Arminda Florinda


 
Esta semana começou a primavera e bom tempo.

 
Gregório



Na primavera faz bom tempo, andamos com menos roupa e já há muitas frutas.

 
LUISA DO ROSÁRIO

 
ou lembrar a primavera é na altura quando se fazem as sementeiras o milho as batatas e se planta as cebolas as tomates as meloas os melões as melancias os pimentos a primavera é a estacão mais bonita do ano e quando os campos ficam floridos e quando os passarinhos fazem os ninhos eu gosto muito da primavera e a estação que eu mais gosto.



Augusto Serras

Alcaravela

23-3-2011



Júlia de Jesus

Pisão, Alcaravela

88 anos

 
Primavera tem bonitas flores

Mas não são iguais

Primavera vai e volta sempre

A mocidade é que não volta mais

 
Silidónia da Conceição

Panascos, Alcaravela

92 anos



Não há sol como o de Maio

Nem luar como de Agosto

Nem amor como o primeiro

Sendo ele amado com gosto
 
 








quinta-feira, 17 de março de 2011

Cantinho da Leitura

No dia 16 foi mais uma sessão do Cantinho da Leitura, no Centro de Convívio de Sardoal.

As histórias lidas e conversadas, foram tiradas do livor Histórias à Lareira, fruto de uma recolha de Isilda Jana, editada pela Palha de Abrantes.
É um livro bastante interessante pois reune várias histórias tradicionais e lendas da zona de Abrantes, mas também do Sardoal. Algmas, apesar de serem de Abrantes, são iguais às nossas, com pequenas variações.

Noutros tempos, antes de haver televisão, as pessoas passam os seus serões reunidos a conversar à volta da lareira, onde iam contando estas histórias, passando de geração em geração.

Muitas delas falam de bruxas, feitiços, fantasmas, mouras encantadas, sítios especiais, nascimento de terras e tradições, etc. Fazem parte do imaginário popular.




Centro de Dia de Alcaravela

No dia 16 de Março o Centro de Dia de Alcaravela veio à Hora do Conto.

Começámos por falar sobre os Censos. Sendo uma população idosa, logo desprotegida e mais facilmente iludida por quem possa vir com intenções menos boas. Assim, voltou-se a alertar para o cuidado que devem de ter nesta fase. Como conhecem bem os seus Recenseadores, ficam alerta, caso apareça alguém que não eles.

A história lida foi a Princesa e a Ervilha de Hans Christian Andersen e o Porqueiro.
Para nós são histórias bastante conhecidas, mas para estes idosos não, desconheciam a Princesa que para ser uma verdadeira princesa tinha de passar por uma prova bastante complicada. Dormir sobre sete colchões e sentir uma pequena ervilha debaixo de todos eles...e ela, como era realmente uma princesa verdadeira, sentiu e ficou com nódos negras, por ter dormido numa cama com tantos colchões, mas que tinha uma minúscula ervilha.

A história do Porqueiro não podia ser mais adequada, um dos senhores vendia leitões, identificou-se logo com a personagem do princepe que se fez passar por um simples guardador de porcos. Ele no fundo queria também uma princesa, mas esta interessava-se mais pela aparência e aquilo que lhe podiam oferecer.

Como é hábito, conversámos sobre as histórias e seguiram para o GETAS, onde já tinham outra actividade à sua espera.


quarta-feira, 9 de março de 2011

Brincar ao Entrudo II

No dia 9 de Março foi a segunda sessão do Brincar ao Entrudo.
As crianças que participaram fizeram umas línguas da sogra diferentes. Com musgami (uma folha num material de borracha), verde e azul, fizeram elefantes e sapos que animavam ainda mais a língua da sogra.

 
Com esse material, o musgami, recortaram elefantes e sapos, que depois eram colocados na ponta da língua. Uma forma diferente de decorar.


Brincar ao Entrudo

No dia 7 de Março foi o primeiro dia do Brincar ao Entrudo, a nossa actividade das mini férias do Carnaval.

Fizemos máscaras de Carnaval....um bocadinho diferentes.
Cada um escolheu um tema para a sua máscara, os animais foram os mais escolhidos, gatos, ratos e uma cobra, mas também houve um robot.

Usámos cartolina canelada, recortamos, fizemos os orifícios necessários e depois foi deixar a imaginação funcionar.



















sexta-feira, 4 de março de 2011

Centro de Dia de Alcaravela

No dia 4 de Março os utentes do Centro de Dia de Alcaravela vieram à Hora do Conto.

Ouviram a história do Humberto e a Macieira. Foi muito engraçado, porque gostaram bastante da história e da ilustração. Fizeram comentários muito interessantes sobre a história, os pormenores dos desenhos, foi bastante curiosa a forma como comentavam o evoluir da história.



Desfile de Carnaval do Pré-escolar, 1º Ciclo e Santa Casa de Sardoal

No dia 4 de Março foi o Desfile de Carnaval das crianças do Pré-escolar e do 1º Ciclo de Sardoal.
Vinham muito animados, tal como as professoras; cada sala tinha um tema diferente. As crianças do Pré-escolar vinham fantasiados com as Quatro Estações do Ano...foi preciso muita imaginação para conseguirem os resultados. Estavam muito giros.

Os mais crescidos do 1º Ciclo vinham diferentes, mas com o mesmo alinhamento, a Natureza. Fantasiaram-se com um assunto bem sério, os problemas ecológicos do nosso Planeta. Cada sala tinha um tema, uns estavam ligados à àgua, outros à reciclagem, à terra...vinham muito divertidos, alegres e coloridos. Claro que também havia fantasias ditas "normais"... fazem parte desta época de fantasia.

Os pais, avós, tios e vizinhos não quiseram perder pitada e ao longo da rua e em redor do Pelourinho, estavam a assitir.

Os idosos da Santa Casa da Misericórida de Sardoal não faltaram ao Desfile, vinham fantasiados de Personalidades da História....desde o Elvis Presley à Cleópetra...vinham muito divertidos também.




Cantinho da Leitura

No dia 2 de Março regressamos ao Cantinho da Leitura, no Centro de Convívio de Sardoal, pelo Programa Pampi.

Começamos pela história Humberto e a Macieira, de Bruno Hächler, editado pela Ambar.
Conta-nos a história do Humberto, um senho já de certa idade, que no seu jardim tem uma grande macieira, que dá apetitosas maçãs. Numa noite de tempestade, a macieira é atingida por um raio...que destrói parte da árvore. Não morre, mas fica muito danificada....e as pessoas deixam de admirá-la como antes faziam... Humberto decide plantar outra macieira, debaixo desta. Passam-se largos anos e Humberto ainda mais velho, está no seu jardim a contemplar as duas macieiras; a mais jovem, que entretanto tinha crescido, dava boas maçãs, a mais velha ainda conseguia todas as primaveras ter alguns rebentos e pequenas maçãs.

Depois conversámos sobre as árvores que os idosos tinham nos seus quintais; alguns tinham árvores centenárias.

Depois foi lida a história A Felicidade não é o que temos, é o que somos, retirada do livro Lá vai uma...Lá vão duas.., de Luísa Dacosta, editado pela Civilização.
Conta a história de uma rapariga que vive no monte, acompanhada pela sua cabra e de poucas posses. Um dia ao entardecer, aparece um homem, que acolhe em sua casa e partilha o pouco que tem, um caldo de couve; enquanto que o homem partilha um naco de pão. Não se sabe bem quem era esse homem, o que é certo é que num inverno rigoroso, que impediu os campos de darem cultivo, a rapariga tinha todas as noites caldo quente e pão, que partilhava com as pessoas da aldeia. Era um milagre. Dessa forma, ia ajudando todos os habitantes.

Uma história que gostaram e fizeram logo a associação à bondade humana, ou à falta da mesma, como agora acontece.

terça-feira, 1 de março de 2011

Autor em destaque mês de Março - Alexandre Herculano

Alexandre Herculano de Carvalho e Araújo nasceu a 28 de Março de 1810, em Lisboa no Pátio do Gil, à Rua de S. Bento, numa modesta família de origem popular.

Sua mãe, Maria do Carmo de São Boaventura, filha e neta de pedreiros da Casa Real; e o pai, Teodoro Cândido de Araújo, era funcionário da Junta dos Juros (Junta do Crédito Público).

Alexandre estudou Humanidades na Congregação do Oratório, onde se iniciou na leitura meditada da Bíblia, o que viria a marcar profundamente. Impedido por dificuldades económicas e familiares de frequentar a Universidade, preparou-se para ingressar no curso prático de Comércio e estudando Diplomática na Torre do Tombo, onde aprendeu os rudimentos da investigação histórica. Por esta altura, com 18 anos, já se manifestava a sua vocação literária: aprendeu o francês e o alemão, fez leituras de românticos estrangeiros e iniciou-se nas tertúlias literárias da marquesa de Alorna, que viria a reconhecer como uma das suas mentoras. Em 1831, envolvido numa conspiração contra o regime miguelista, foi obrigado a exilar-se, primeiro em Inglaterra (Plymouth) e depois em França (Rennes).

Em 1832, participou no desembarque das tropas liberais em Mindelo e na defesa do Porto, onde foi nomeado segundo-bibliotecário e encarregue de organizar os arquivos da biblioteca. Em 1839, aceitou o convite de D. Fernando para dirigir as bibliotecas reais da Ajuda e das Necessidades.

Em 1851 fundou o jornal O País, mas logo se desiludiu, seguindo-se o jornal O Português, em 1853. Dois anos depois foi nomeado vice-presidente da Academia Real das Ciências e incumbido na recolha dos documentos históricos anteriores ao século XV - tarefa que viria a traduzir-se na publicação dos Portugaliae Monumenta Historica, iniciada em 1856.

No mesmo ano tornou-se um dos fundadores do partido progressista histórico. Entre 1860 e 1865 participou na redacção do primeiro Código Civil Português e defendeu o casamento civil. Em 1867, desgostoso com a morte precoce de D. Pedro V, rei retirou-se para a sua quinta em Vale de Lobos, onde se dedicaria quase exclusivamente à vida rural, casando com D. Maria Hermínia Meira, a sua namorada desde a juventude. Em 1872 foi publicado o primeiro volume dos Opúsculos

Morreu em Santarém, a 18 de Setembro de 1877, aos 67 anos, de pneumonia.

Na Biblioteca:

Eurico, O Presbítero, Lendas e Narrativas

O Bobo
A Dama de Pé-de-Cabra
O Monasticon, Tomo I, II e III
O Monge de Cister, Tomo II e I
História de Portugal, Tomo I, II e III
Opúsculos I
Alexandre Herculano, Um homem e uma ideologia na construção de Portugal, de Cândido Beirante e Jorge Custódio


segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Visita ao Sardoal

No dia 25 de Fevereiro os alunos da Universidade da Terceira Idade de Odivelas vieram visitar o Sardoal.

Primeiro visitaram a Igreja Matriz, onde viram ao vivo a obra do Mestre do Sardoal.
Seguiu-se a Igreja da Misericórdia, a Cadeia Velha e foram até ao Covento de Santa Maria da Caridade a pé. Estava um bonito dia de sol, com uma temperatura bastante agradável, por isso foi um bom passeio.

Depois da visita ao Convento foram almoçar às Três Naus, onde provaram a nossa Cozinha Fervida.


Avô Online

No dia 25 de Fevereiro foi a segunda sessão do Avô Online.

A estrenheza inicial foi ultrapassada, por isso agora já conseguem manusear melhor.
Desta vez estavam a aprender a mexer melhor com o rato. Para nós pode parecer algo de muito simples, mas para estes avós não, mas nada que não seja ultrapassável.






quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Centro de Dia de Alcaravela

No dia 24 de Fevereiro os utentes do Centro de Dia de Alcaravela vieram ao Espaço Internet.
Escreveram laguns provérbios sobre o Carnaval, mas o Sr. Augusto preferiu escrever um pequeno texto sobre como era o Carnaval nos tempos da sua juventude.
Alguns ainda foram visitar o nosso blogue.
Como sempre, levaram os seus trabalhos impressos, mesmo os que não sabem ler nem escrever, é uma recordação que fica.


Fica aqui o texto do Sr. Augusto e os provérbios dos restantes:

Pelo Carnaval as pessoas vestiam-se os homens de mulheres e as mulheres de homens e vinham para a rua brincar ao Carnaval também as pessoas mais novas brincavam agarravam em objectos vários para aventar as portas das pessoas de mais idade e as pessoas todas se zangavam no outro ano era aonde os moços ião atentar primeiro

Augusto Serras

 
Carnaval na eira, Páscoa à lareira.
É Carnaval, ninguém. Leva a mal.
Não há Entrudo sem lua nova nem Páscoa sem lua cheia.

Joaquim de Oliveira
e
Gregório Matos


Carnaval na eira, Páscoa à lareira.
Namoro de Carnaval, não chega Natal.

Manuel André

 
Carnaval na eira, Páscoa a lareira.

Maria Augusta

Nasceu a 30 de Julho, 82 anos

Casal Pedro da Maia

 
Carnaval na eira, Páscoa à lareira.

 
Maria da Conceição Marques







quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Cantinho da Leitura

No dia 23 de Fevereiro tivemos a segunda sessão do Cantinho da Leitura, no Centro de Convívio do Sardoal.

Para começar, uma história divertida, Ainda Nada? de Christian Voltz, da editora Kalandraka.
Conta-nos a aventura do senhor Luís e de uma semente. O Sr. Luís abriu um buraco enorme e colocou lá no fundo uma semente, tapou e esperou que nascesse. Mas passou um dia, dois, três e nada. Durante dois dias não voltou ao sítio, mas entretanto tudo aconteceu, a plantar nasceu, floriu e um pássaro levou a flor. Quando o sr. Luís voltou disse "Ainda nada?".

A segunda leitura foi o Livro com Cheiro a Morango, de Alice Vieira, da Texto Editores. Lemos várias histórias, A senhora Duquesa que Leite; Guerra e paz; Malmequeres e couves-flores, Domingo de manhã, Balbina e Isadora e A Cor dos Morangos.

Conversámos sobre as histórias, sobre as suas vidas, como era antigamente.
Depois lemos um artigo retirado da revista Visão, da semana de 20 a 26 de Janeiro de 2011.
Intitula-se "Faça-se Luz!", fala de várias aldeias na serra se Serpa que vivem ao lado de centrais fotovoltaicas mas não têm electricidade em casa. Um assunto muito debatido no final.




terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Profissão dos Nossos Avós - Artesã - Leques do Sardoal

No dia 22 de Fevereiro foi dia da Turma E do 1º Ciclo de Sardoal assistir à actividade da Profissão dos Nossos Avós. Desta vez tivemos a artesã Célia Belém, para nos ensinar a história dos Leques de Sardoal.
Foi muito interessante e muito gira!

A Célia vinha acompanhada de uma personagem que iria contar a história, o Ti Joaquim, um homem da banda filarmónica, ou seja, um fantoche.
Quando ele era novo conheceu a Tia Rita, uma senhora que vivia nos Andreus. Essa senhora gostava de ir para o campo apanhar ervas e secá-las. Sim, porque naquela altura aproveitavam tudo para usar, nada era deitado fora. Por isso, a D. Rita foi falar com uma costureira para que esta lhe desse os restos de tecidos. E tudo para quê? Para fazer leques.
Os leques eram feitos com palhinhas, tecidos para enfeitar e linhas....só isto. Até dava para lavar, assim ficava mais forte. Não dá mais ventos, como uma das crianças disse.
Era uma forma de ficar mais fresco no verão.

Os leques são o artesanato mais característico do nosso concelho, com mais de 100 anos. Graças à Célia, a nossa tradição não ficou esquecida, porque uma pessoa nova reavivou os leques de palha. Já a alguns anos, mais de vinte, que os leques tinham ficado "esquecidos", mas agora a Célia consegue levar a todo o país a nossa tradição.

Depois, fizeram uma vassoura.
Muito simples, basta ter um pau pequeno, um bocadinho de ráfia curto e um fio de ráfia. O pau é colocado no meio da ráfia, depois dão-se voltas com o fio e ata-se. E a vassorinha está pronta.

No final, todos sairam muito satisfeitos, com as vassouras e a saber na ponta da língua a história dos leques.

O nosso muito obrigado Célia!